quinta-feira, 13 de fevereiro de 2025

Livro 1 Capítulo 1 O aniversário de Rosa

 

Capítulo 1 O aniversário de Rosa

Era final de Julho e era aniversário de Rosa Weasley. Victorie, sua prima, convenceu o tio, Rony, a fazer uma festa na casa dela, apenas para os amigos de Rosa, sem adultos. A garota estava animada com seus quinze anos e esperava ver todos seus amigos lá. No mesmo dia, houve um almoço n’A Toca, com toda a família e a festinha seria à tarde.

Rosa desceu as escadas, com seu vestido azul de mangas curtas e os cabelos castanho-avermelhado soltos. Sua mãe, Hermione, sorriu.

– Ah, você está linda, querida.

– Demais, pro meu gosto – disse Rony, o pai, contrafeito. – Terá garotos lá?

Rosa revirou os olhos. – Todos meus amigos.

Hugo, o irmão de Rosa, desceu a escada pelo corrimão, sentado de lado, voou e caiu de pé no primeiro piso.

– Tô pronto – disse ele, ajeitando o casaco.

– Não sei por que você vai – falou Rosa, cruzando os braços.

– Porque é aniversário da minha irmã. E tenho que ficar de olho em você – respondeu o irmão.

– E quem fica de olho em você?

Ele deu de ombros. – Lílian vai, então eu posso ir. Temos a mesma idade.

Rosa revirou os olhos.

– Ok – interveio Hermione, levantando-se. – Seu irmão não iria ficar de fora de seu aniversário, né, Rô? Olha, se comportem, hein.

– Vamos, então? – perguntou Rony. – Vou aparatar com vocês.

– Vamos – disse Hugo, animado.

Eles despediram-se da mãe e saíram com o pai. Depois da cerca do jardim, ao observarem que não havia ninguém por perto, eles desaparataram. Aparataram em uma estrada rural e divisaram a casa branca, na orla da Floresta do Deão, pouco abaixo do vilarejo, onde Victorie e Ted moravam. Aproximaram-se do portão do jardim da frente e a porta se abriu, revelando um rapaz de cabelos azuis.

– Bem vindos! – disse Ted, energeticamente.

– Venho buscá-los mais tarde – disse o pai. – Se comportem.

– Valeu, pai.

– Não se preocupe, tio Rony. Vou ficar de olho em todos – falou Ted. Eles acenaram para o pai e entraram na casa.

– Ah, minha aniversariante favorita – falou Victorie, a prima loira e esguia de Rosa, enquanto eles entravam na cozinha. Ela dava os últimos retoques em um enorme bolo azul, com acenos da varinha.

– Obrigada, Vick, está lindo!

Cada parte disponível da cozinha estava cheia de bandejas com canapés, vol-au-vents, macarons, uma torre de carolinas, mini sanduíches, a especialidade de tia Gina, cristais de açúcar soprado, tortinhas de abóbora e bolos de caldeirão. Hugo logo se serviu de uma tortinha.

A quilômetros dali, na Mansão dos Malfoy, Escórpio estava se arrumando para a festa de Rosa. Ajeitou os cabelos loiros, olhando-se no espelho do banheiro. Uma voz doce o chamou e ele foi para o quarto. Sua mãe, Astoria Malfoy, estava ali, com um embrulho vermelho na mão. Escórpio pegou-o e colocou no bolso da capa.

 – Você está lindo – Ela ajeitou o colarinho dele.

– Você sempre fala isso.

– E cheiroso. Nossa!

– Tá demais? – perguntou ele, preocupado.

– Não. É melhor você ir antes do seu pai chegar.

– Mas ele acha que vou pra uma festa na casa dos Pucey.

– Aliás, gostaria que tivesse dito a verdade a ele. Vai que ele resolve perguntar ao Adriano ou a Pansy – disse Astoria, preocupada.  

– Ele não vai descobrir, mãe. Se eu contasse onde vou, ele não deixaria.

Astoria suspirou. – Certo... Então... divirta-se e não volte muito tarde. Dê meus parabéns a Rosa.

– Valeu, mãe – ele deu um beijinho na bochecha dela. Foi até a lareira, pegou uma pitada de pó de Flu, lançou nela e um fogo verde surgiu. Ele entrou nas chamas e disse “Casa de Ted Lupin”. Foi engolido pelas chamas esmeralda e desapareceu.

Desembocou na lareira da sala de Ted e Victorie. Levantou-se quando o anfitrião entrou na sala.

– E aí, primo? – Ted agitou a varinha e toda a fuligem sumiu.

– Valeu.

– Vamos, a aniversariante já chegou.

– O que está fazendo aqui? – perguntou Rosa, ao vê-lo.

Escórpio passou a mão pelos cabelos.

– Poxa, assim vou pensar que não gostou de me ver.

– Eu convidei – disse Ted. – Ele apareceu lá na loja e achei que não teria problema. Quer uma bebida, Escórpio? Minha avó está na casa dos Weasley, ela queria muito te conhecer...

Os Aluados era a banda de Ted, formada com mais três amigos. O Profeta Diário os tinha descrito como “a nova promessa do rock bruxo desde As Esquisitonas”.

As colegas da Grifinória de Rosa chegaram juntas: Ciola Thomas, Ania Coote, Serena Finningan e Mary Jordan abraçaram-na, entregando-lhe presentes. Depois acenaram para Escórpio, corando. Adam, irmão de Serena, também cumprimentou-a. Depois disso os convidados foram chegando, os primos de Rosa, Tiago, Alvo e Lílian Potter, os irmãos de Victorie, Dominique e Louis, Lucy e Molly, os gêmeos Fred e Roxane.

A festa seria no jardim dos fundos, onde havia algumas mesinhas. Um palco foi montado, pois a banda de Ted, Os Aluados, iria tocar. As meninas ficaram animadas quando os integrantes chegaram.

– Não sabia que você era amiga da Krum  – sussurrou Mary para Rosa, enquanto a colega da Corvinal conversava com Escórpio.

– Não sou, mas mamãe é amiga do pai dela e disse que eu tinha que convidá-la porque ela me convidou pra festa dela.

– Olá – disse Sean Wood, colega de Tiago em Hogwarts, atrás de Rosa. Ela virou-se e ele abraçou-a, levantando-a do chão. – Feliz aniversário, Rô!

Rosa divisou Escórpio por cima do ombro de Sean e, por alguma razão, corou.

– Obrigada, Sean – disse ela, enquanto ele a devolvia ao solo e lhe entregava uma caixinha. Rosa abriu e havia um anel de ouro com uma pedrinha azul. – Muito bonito.

Ele pegou o anel e colocou no dedo dela.

– Oi, Rosa – disse Edmundo Corner, se aproximando.

– Oi, Ed.

– Parabéns! – ele lhe entregou um presente. A irmã dele, Sagwa, também lhe desejou os parabéns e foi se juntar a Tiago, que lhe deu um beijinho.

– O que Malfoy faz aqui? – perguntou Edmundo ao ver o garoto conversando com Melina Krum.

– Meu primo convidou – disse Rosa. – Ele são primos.

– Vocês são parentes? – Ele levantou as sobrancelhas.

– Não. Ted sempre foi como nosso primo e ele e Escórpio são primos de sangue em algum grau. Todas as famílias bruxas são ligadas de algum modo, né?

A banda de Ted começou a tocar um cover d’As Esquisitonas e Edmundo convidou Rosa para dançar. Ao terminar a canção, ela se afastou para pegar um suco de abóbora. Ao se aproximar da mesa principal, Escórpio apareceu.

– Posso te dar o meu presente agora?

– Ahn... claro – disse ela, depois de um longo gole de suco gelado.

O garoto tirou o embrulho da pilha de presentes sobre a mesa e entregou a ela.

– Minha mãe também desejou os parabéns.

– Valeu. – Rosa abriu o embrulho e tirou um pena branca, decorada com fios de ouro. – Nossa, muito bonita, Malfoy.

– Mandei fazer especialmente pra você. De um dos nossos pavões. Próximo ano precisará fazer muitas anotações.

– Verdade. Quinto ano... não será fácil. Dei uma olhada nos livros antigos de mamãe e...

– Rosa – disse Sean, aparecendo ao lado dela. – Posso falar com você um instante?

– Ahn – Rosa olhou para ele e depois para Escórpio, insegura. O garoto sustentou o olhar dela.

Sean pegou-a pela mão e a conduziu para dentro da casa. A cozinha estava deserta.

– Quero te fazer uma pergunta – disse o rapaz, sorrindo. – Agora você é uma mocinha... muito linda por sinal... e acho que nossas famílias sempre esperaram por isso... Você quer ser minha namorada?

Rosa ficou surpresa, mas foi direta. – Não.

O sorriso de Sean vacilou. – Não? Mas eu pensei que...

– Nós somos amigos, Sean... sempre convivemos, você é um dos melhores amigos do Tiago mas...

– Eu gosto muito de você, Rô.

Rosa afastou-se de Sean, que era muito mais alto e forte que ela e se encostou no armário de Victorie.

– Eu sinto muito, Sean...

Ele inclinou-se para ela e passou o braço em torno da cintura dela, mas Rosa tentou afastá-lo. Eles lutaram, enquanto Rosa tentava alcançar a varinha, mas alguém agarrou a gola de Sean e o puxou para trás. Rosa notou que era Escórpio. Ele apontou a varinha para Sean que riu.

– Você não pode usar magia fora da escola, Malfoy. – Em segundos, Escórpio fez um movimento com a varinha, mas Sean puxou a dele, houve um estampido e Malfoy foi arremessado contra o fogão.

– Escórpio! – Rosa correu para ele.

Houve um tropel de passos e vários convidados entraram na cozinha.

– Você tá bem? – perguntou Rosa, ajudando Escórpio a levantar.

– Tô – ele esfregou a cabeça dolorida. – E você?

– O que aconteceu aqui? – perguntou Victorie, assustada.

– Esse babaca estava tentando agarrar a Rosa – disse Escórpio, apontando pra Sean, com os olhos azuis faiscando.

Tiago tentou avançar para o amigo mas os primos o contiveram.

– Sai da minha casa agora, Wood – ordenou Victorie, apontando para a porta. – E seus pais vão saber disso!

– E leva essa porcaria – falou Rosa, tirando o anel e jogou na cara dele.

Sean saiu, tempestuosamente.

Victorie perguntou a Rosa como ela estava e a abraçou. Depois pediu que todos voltassem para o jardim. Ela acenou com a varinha e uma caneca posou na mesa, uma chaleira veio voando e verteu chá nela.

– Bebe um pouco, Rô. Tome, Escórpio – ela acenou com a varinha e uma bolsa de gelo apareceu. O garoto pegou-a e colocou na cabeça. Rosa pegou a xícara e percebeu que estava trêmula.

Escórpio segurou a mão dela e Rosa olhou para ele.

– Obrigada – ela disse.

– Não ia deixar aquele trasgo colocar as mãos em você – disse ele, fitando os olhos avelã dela.

– Quando vocês estiverem prontos, vamos cantar os parabéns e cortar o bolo, Rô – Victorie suspirou. – Infelizmente, não foi como eu imaginei.

– Tudo bem, Vick. Não foi culpa sua – disse Rosa, desviando os olhos de Escórpio e sorriu para prima.

 

Livro 1 Capítulo 1 O aniversário de Rosa

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