Capítulo 1 O aniversário de Rosa
Era final de Julho e era aniversário de Rosa Weasley.
Victorie, sua prima, convenceu o tio, Rony, a fazer uma festa na casa dela, apenas
para os amigos de Rosa, sem adultos. A garota estava animada com seus quinze
anos e esperava ver todos seus amigos lá. No mesmo dia, houve um almoço n’A Toca,
com toda a família e a festinha seria à tarde.
Rosa desceu as escadas, com seu vestido azul de mangas
curtas e os cabelos castanho-avermelhado soltos. Sua mãe, Hermione, sorriu.
– Ah, você está linda, querida.
– Demais, pro meu gosto – disse Rony, o pai, contrafeito. – Terá
garotos lá?
Rosa revirou os olhos. – Todos meus amigos.
Hugo, o irmão de Rosa, desceu a escada pelo corrimão, sentado
de lado, voou e caiu de pé no primeiro piso.
– Tô pronto – disse ele, ajeitando o casaco.
– Não sei por que você vai – falou Rosa, cruzando os braços.
– Porque é aniversário da minha irmã. E tenho que ficar de
olho em você – respondeu o irmão.
– E quem fica de olho em você?
Ele deu de ombros. – Lílian vai, então eu posso ir. Temos a
mesma idade.
Rosa revirou os olhos.
– Ok – interveio Hermione, levantando-se. – Seu irmão não
iria ficar de fora de seu aniversário, né, Rô? Olha, se comportem, hein.
– Vamos, então? – perguntou Rony. – Vou aparatar com vocês.
– Vamos – disse Hugo, animado.
Eles despediram-se da mãe e saíram com o pai. Depois da
cerca do jardim, ao observarem que não havia ninguém por perto, eles
desaparataram. Aparataram em uma estrada rural e divisaram a casa branca, na
orla da Floresta do Deão, pouco abaixo do vilarejo, onde Victorie e Ted
moravam. Aproximaram-se do portão do jardim da frente e a porta se abriu,
revelando um rapaz de cabelos azuis.
– Bem vindos! – disse Ted, energeticamente.
– Venho buscá-los mais tarde –
disse o pai. – Se comportem.
– Valeu, pai.
– Não se preocupe, tio Rony. Vou
ficar de olho em todos – falou Ted. Eles acenaram para o pai e entraram na
casa.
– Ah, minha aniversariante
favorita – falou Victorie, a prima loira e esguia de Rosa, enquanto eles
entravam na cozinha. Ela dava os últimos retoques em um enorme bolo azul, com
acenos da varinha.
– Obrigada, Vick, está lindo!
Cada parte disponível da cozinha
estava cheia de bandejas com canapés, vol-au-vents, macarons, uma torre de
carolinas, mini sanduíches, a especialidade de tia Gina, cristais de açúcar
soprado, tortinhas de abóbora e bolos de caldeirão. Hugo logo se serviu de uma
tortinha.
A quilômetros dali, na Mansão dos
Malfoy, Escórpio estava se arrumando para a festa de Rosa. Ajeitou os cabelos
loiros, olhando-se no espelho do banheiro. Uma voz doce o chamou e ele foi para
o quarto. Sua mãe, Astoria Malfoy, estava ali, com um embrulho vermelho na mão.
Escórpio pegou-o e colocou no bolso da capa.
– Você está lindo – Ela ajeitou o colarinho
dele.
– Você sempre fala isso.
– E cheiroso. Nossa!
– Tá demais? – perguntou ele,
preocupado.
– Não. É melhor você ir antes do
seu pai chegar.
– Mas ele acha que vou pra uma
festa na casa dos Pucey.
– Aliás, gostaria que tivesse
dito a verdade a ele. Vai que ele resolve perguntar ao Adriano ou a Pansy –
disse Astoria, preocupada.
– Ele não vai descobrir, mãe. Se
eu contasse onde vou, ele não deixaria.
Astoria suspirou. – Certo... Então...
divirta-se e não volte muito tarde. Dê meus parabéns a Rosa.
– Valeu, mãe – ele deu um beijinho
na bochecha dela. Foi até a lareira, pegou uma pitada de pó de Flu, lançou nela
e um fogo verde surgiu. Ele entrou nas chamas e disse “Casa de Ted Lupin”. Foi
engolido pelas chamas esmeralda e desapareceu.
Desembocou na lareira da sala de
Ted e Victorie. Levantou-se quando o anfitrião entrou na sala.
– E aí, primo? – Ted agitou a
varinha e toda a fuligem sumiu.
– Valeu.
– Vamos, a aniversariante já
chegou.
– O que está fazendo aqui? – perguntou
Rosa, ao vê-lo.
Escórpio passou a mão pelos
cabelos.
– Poxa, assim vou pensar que não
gostou de me ver.
– Eu convidei – disse Ted. – Ele
apareceu lá na loja e achei que não teria problema. Quer uma bebida, Escórpio?
Minha avó está na casa dos Weasley, ela queria muito te conhecer...
Os Aluados era a banda de Ted, formada
com mais três amigos. O Profeta Diário os tinha descrito como “a nova promessa
do rock bruxo desde As Esquisitonas”.
As colegas da Grifinória de Rosa
chegaram juntas: Ciola Thomas, Ania Coote, Serena Finningan e Mary Jordan
abraçaram-na, entregando-lhe presentes. Depois acenaram para Escórpio, corando.
Adam, irmão de Serena, também cumprimentou-a. Depois disso os convidados foram
chegando, os primos de Rosa, Tiago, Alvo e Lílian Potter, os irmãos de
Victorie, Dominique e Louis, Lucy e Molly, os gêmeos Fred e Roxane.
A festa seria no jardim dos
fundos, onde havia algumas mesinhas. Um palco foi montado, pois a banda de Ted,
Os Aluados, iria tocar. As meninas ficaram animadas quando os integrantes
chegaram.
– Não sabia que você era amiga da
Krum – sussurrou Mary para Rosa, enquanto
a colega da Corvinal conversava com Escórpio.
– Não sou, mas mamãe é amiga do
pai dela e disse que eu tinha que convidá-la porque ela me convidou pra festa
dela.
– Olá – disse Sean Wood, colega
de Tiago em Hogwarts, atrás de Rosa. Ela virou-se e ele abraçou-a, levantando-a
do chão. – Feliz aniversário, Rô!
Rosa divisou Escórpio por cima do
ombro de Sean e, por alguma razão, corou.
– Obrigada, Sean – disse ela,
enquanto ele a devolvia ao solo e lhe entregava uma caixinha. Rosa abriu e
havia um anel de ouro com uma pedrinha azul. – Muito bonito.
Ele pegou o anel e colocou no
dedo dela.
– Oi, Rosa – disse Edmundo
Corner, se aproximando.
– Oi, Ed.
– Parabéns! – ele lhe entregou um
presente. A irmã dele, Sagwa, também lhe desejou os parabéns e foi se juntar a
Tiago, que lhe deu um beijinho.
– O que Malfoy faz aqui? –
perguntou Edmundo ao ver o garoto conversando com Melina Krum.
– Meu primo convidou – disse Rosa.
– Ele são primos.
– Vocês são parentes? – Ele
levantou as sobrancelhas.
– Não. Ted sempre foi como nosso
primo e ele e Escórpio são primos de sangue em algum grau. Todas as famílias
bruxas são ligadas de algum modo, né?
A banda de Ted começou a tocar um
cover d’As Esquisitonas e Edmundo convidou Rosa para dançar. Ao terminar a
canção, ela se afastou para pegar um suco de abóbora. Ao se aproximar da mesa
principal, Escórpio apareceu.
– Posso te dar o meu presente
agora?
– Ahn... claro – disse ela,
depois de um longo gole de suco gelado.
O garoto tirou o embrulho da
pilha de presentes sobre a mesa e entregou a ela.
– Minha mãe também desejou os
parabéns.
– Valeu. – Rosa abriu o embrulho
e tirou um pena branca, decorada com fios de ouro. – Nossa, muito bonita,
Malfoy.
– Mandei fazer especialmente pra
você. De um dos nossos pavões. Próximo ano precisará fazer muitas anotações.
– Verdade. Quinto ano... não será
fácil. Dei uma olhada nos livros antigos de mamãe e...
– Rosa – disse Sean, aparecendo
ao lado dela. – Posso falar com você um instante?
– Ahn – Rosa olhou para ele e
depois para Escórpio, insegura. O garoto sustentou o olhar dela.
Sean pegou-a pela mão e a conduziu
para dentro da casa. A cozinha estava deserta.
– Quero te fazer uma pergunta – disse
o rapaz, sorrindo. – Agora você é uma mocinha... muito linda por sinal... e
acho que nossas famílias sempre esperaram por isso... Você quer ser minha
namorada?
Rosa ficou surpresa, mas foi
direta. – Não.
O sorriso de Sean vacilou. – Não?
Mas eu pensei que...
– Nós somos amigos, Sean... sempre
convivemos, você é um dos melhores amigos do Tiago mas...
– Eu gosto muito de você, Rô.
Rosa afastou-se de Sean, que era
muito mais alto e forte que ela e se encostou no armário de Victorie.
– Eu sinto muito, Sean...
Ele inclinou-se para ela e passou
o braço em torno da cintura dela, mas Rosa tentou afastá-lo. Eles lutaram,
enquanto Rosa tentava alcançar a varinha, mas alguém agarrou a gola de Sean e o
puxou para trás. Rosa notou que era Escórpio. Ele apontou a varinha para Sean
que riu.
– Você não pode usar magia fora
da escola, Malfoy. – Em segundos, Escórpio fez um movimento com a varinha, mas
Sean puxou a dele, houve um estampido e Malfoy foi arremessado contra o fogão.
– Escórpio! – Rosa correu para
ele.
Houve um tropel de passos e
vários convidados entraram na cozinha.
– Você tá bem? – perguntou Rosa,
ajudando Escórpio a levantar.
– Tô – ele esfregou a cabeça
dolorida. – E você?
– O que aconteceu aqui? –
perguntou Victorie, assustada.
– Esse babaca estava tentando
agarrar a Rosa – disse Escórpio, apontando pra Sean, com os olhos azuis
faiscando.
Tiago tentou avançar para o amigo
mas os primos o contiveram.
– Sai da minha casa agora, Wood –
ordenou Victorie, apontando para a porta. – E seus pais vão saber disso!
– E leva essa porcaria – falou
Rosa, tirando o anel e jogou na cara dele.
Sean saiu, tempestuosamente.
Victorie perguntou a Rosa como
ela estava e a abraçou. Depois pediu que todos voltassem para o jardim. Ela
acenou com a varinha e uma caneca posou na mesa, uma chaleira veio voando e verteu
chá nela.
– Bebe um pouco, Rô. Tome, Escórpio
– ela acenou com a varinha e uma bolsa de gelo apareceu. O garoto pegou-a e
colocou na cabeça. Rosa pegou a xícara e percebeu que estava trêmula.
Escórpio segurou a mão dela e
Rosa olhou para ele.
– Obrigada – ela disse.
– Não ia deixar aquele trasgo
colocar as mãos em você – disse ele, fitando os olhos avelã dela.
– Quando vocês estiverem prontos,
vamos cantar os parabéns e cortar o bolo, Rô – Victorie suspirou. –
Infelizmente, não foi como eu imaginei.
– Tudo bem, Vick. Não foi culpa
sua – disse Rosa, desviando os olhos de Escórpio e sorriu para prima.