Lumus! Mais uma parte da fanfic, depois de séculos. Pretendo postar toda sexta, esse ano. Me sigam no instagram @sorayafreireoficial, para saber quando eu postar.
Escórpio não esperava que seus
avós estivessem em casa quando chegasse. Era um reforço contra Rosa, para o
qual ele não estava preparado. Sua mãe parecia ter entendido o abraço que ele
deu em Rosa, na plataforma, porque apareceu no quarto do filho, antes do
jantar.
– Hyp, você está
namorando a Rosa, não está? – perguntou Astoria, dobrando as roupas que
Escórpio deixou jogadas.
– Estou, mãe –
disse Escórpio, sorrindo. – Eu me declarei para ela, no Baile, na frente de
todo mundo. Rosa me perdoou e aceitou ser minha namorada.
– Isso é ótimo,
querido – disse Astoria, sorrindo. – Mas eu vou pedir uma coisa. Não fale nada
na frente dos seus avós. Meu pai e minha mãe são mais flexíveis que Narcisa e
Lúcio, mas não vão aceitar o neto namorar uma Weasley.
– Mas não quero
esconder meu namoro com Rosa – disse Escórpio, pressuroso.
– Eu sei. Só
espere um pouco. Até seus avós irem embora. Aí falamos com seu pai, tá bom? –
pediu Astoria.
– Tá – disse o
garoto, desanimado.
– Vamos jantar. –
Os dois desceram para sala de jantar.
Escórpio
manteve-se à margem da conversa da família e apenas respondia quando lhe
perguntavam alguma coisa. Por fim, disse que estava cansado e foi para seu
quarto. No dia seguinte quando ele acordou, todos já tinham tomado café. Tinha
decidido que no almoço contaria ao pai que estava namorando Rosa.
– Escórpio –
chamou Lúcio Malfoy, quando o garoto ia voltando para o quarto. O avô de
Escórpio mantinha os cabelos longos loiros, penteados para trás. Seus olhos azul-cinzentos
eram iguais ao do seu pai e ele parecia cansado, rugas apareciam em seu rosto
pálido.
– Oi, vô – disse
Escórpio, voltando para o andar de baixo.
Lúcio levou o neto
para sala onde estavam Narcisa Malfoy e o sr. e a sra. Greengrass.
– Estávamos
conversando sobre seu futuro – disse Lúcio.
– É, filho, o que
pretende fazer depois da escola? – disse o sr. Greengrass. Ele tinha os cabelos
grisalhos rareando no topo da cabeça e os olhos de Astoria, grandes e
penetrantes.
– Ahn, eu ainda
não sei – respondeu Escórpio, nervoso. – Pensei em quadribol.
– Quadribol? –
perguntou o avô Malfoy, desanimado. – E os negócios da família?
– O menino é muito
jovem para pensar em negócios – disse Narcisa.
– E casar... –
disse a sra Greengrass, sorrindo. – Tem namorada, Escórpio?
Escórpio abriu a
boca para responder, mas seu pai entrou na sala.
– Escórpio está
namorando Melina Krum – disse ele.
– Krum? –
perguntou o sr. Greengrass. – Filha de Vítor Krum?
– É, sim – disse
Draco. – Venha cá, Escórpio. Preciso falar com você.
O filho acompanhou
o pai até o escritório. Draco fechou a porta.
– Eu sei que está namorando
com aquela menina Weasley – disse Draco, em tom de deboche. – Mas não abra a
boca sobre isso, ouviu?
Escórpio encarou
os olhos frios do pai.
– E se eu contar?
Mais cedo ou mais tarde todo mundo vai saber.
– Não vai, não –
falou Draco, incisivo. – Porque vai terminar com ela. Em Janeiro, você vai pra
Durmstrang e quando voltar...
– Não! – disse
Escórpio. – Vou fazer dezessete anos e você não pode mandar em mim, pai. Eu não
estou fazendo nada de errado.
Astoria entrou no
escritório.
– Por que estão
gritando? – perguntou ela, aflita. – Eles estão ouvindo da sala. Draco, deixa o
menino em paz. Se ele quer namorar a Rosa, qual o problema? Os pais dela são
bruxos.
– Você não entende
– disse o marido, aborrecido, e saiu do escritório.
Na hora do almoço,
Escórpio estava entediado e aborrecido, mas Astoria arrastou-o para mesa. A sra.
Malfoy perguntou por Dafne e a sra. Greengrass disse que ela viria no Natal. O
sr. Greengrass questionou o sr. Malfoy sobre os Skin Blacks, um grupo, que
Escórpio sabia, vinha fazendo ataques a trouxas. Havia saído no Profeta Diário.
Lúcio deu um sorrisinho de desdém.
– Eles acham que
podem manter a luta viva.
– Os ataques
parecem pegadinhas né?
– Não acho que
ataques a trouxas sejam pegadinha – falou Escórpio e Lúcio olhou para ele,
sério.
– É adepto da
ideologia de proteção dos trouxas, Escórpio?
– Eles merecem
respeito. São inferiores por não conseguirem fazer magia?
Lúcio riu e
virou-se para Draco.
– Andou ensinando
ao menino que somos todos iguais e que ele pode se unir aos sangues-ruim sem
problemas?
– Claro que não,
pai – disse Draco. – Sabe como é Hogwarts. Eles insistem em ensinar isso aos
alunos.
– É, mas você não
concordava com isso. Afinal sempre odiou aquela nascida trouxa, a tal da Granger.
– O senhor está
falando da Hermione Granger? – perguntou Escórpio.
– Ah, conhece ela
– disse Lúcio. – Casou com o mais novo do Weasley, os traidores do sangue. Mas
ela não é boba. Agora ela pode encobrir o sangue-ruim.
– Não fale assim
dela – disse Escórpio, furioso, jogando os talheres no prato, fazendo um
barulho e espalhando comida na toalha de linho egípcio.
– Oh – fez Lúcio,
surpreso. – O que aconteceu? Por que se importa tanto com a Granger?
– A filha dela é
colega do Escórpio – disse Draco, lançando um olhar repreensivo ao filho.
– Mas isso é motivo
para ficar mordido? – perguntou Lúcio, calmamente, observando o neto. – E como
é a menina, Escorp? Porque a mãe era uma pedra no sapato. Mas era corajosa,
devo dizer. Deu o maior trabalho a Belatriz, não foi, Ciça?
– Chega! – disse
Escórpio, furioso, pondo-se de pé. Astoria levantou-se também.
– Escórpio, vai
para seu quarto – ordenou ela.
– Não, Astoria –
disse Lúcio, olhando o neto, impassível. – Vamos ouvir o que Escórpio tem a
dizer sobre o discurso pró-trouxa.
Draco levantou-se
e mandou o filho subir, entredentes.
– Não! – Escórpio
foi taxativo. – Eu não vou ficar ouvindo ele ofender a mãe da minha namorada e
fingir que tá tudo bem.
Todo o sangue
esvaiu do rosto de Lúcio e ele ficou ainda mais pálido. Seus olhos
estreitaram-se e ele se pôs de pé.
– Você está
namorando a filha da Granger?
– Estou – disse
Escórpio, na defensiva. A família prendeu a respiração, olhando do neto para o
avô.
Lúcio puxou a
varinha e fez a mesa, entre ele e Escórpio, escorregar para o lado até a parede.
Narcisa, o sr. e a sra. Greengrass pularam, suas cadeiras caíram para trás.
Astoria puxou a varinha, mas Lúcio desarmou-a com um movimento rápido e avançou
para o neto, agarrou-o pela gola da blusa.
– Repete o que
você disso, moleque – ordenou, agora vermelho de cólera. – Repete!
– Eu estou
namorando Rosa Granger-Weasley – disse o garoto, encarando os olhos frios do
avó. Alcançou a varinha no bolso, mas Lúcio deu-lhe um soco, jogando-o no chão,
por cima da cadeira.
– Não toque no meu
filho, seu animal – disse Astoria, com a varinha em punho, colocando-se entre o
sogro e Escórpio, que levantou-se. Um filete de sangue escorria pelo canto da
boca do garoto.
– Lúcio, por favor
– Narcisa adiantou-se para Lúcio. – Não precisa bater no menino.
– O que é isso,
hein? – questionou ele. – De repente, vocês se tornaram indulgentes? Vão deixar
Escórpio namorar uma garota de sangue impuro!? Os Malfoy não fazem ligações com
sangues-ruim.
– Não que se
divulgue, né, vô? – perguntou Escórpio. – A irmã da vó Narcisa não casou com um
nascido trouxa?
– Que petulância!
– Lúcio afastou Narcisa. – Não insulte a família da sua avó. – Ele ergueu a
varinha e Astoria colocou-se na frentre do filho. Antes que Lúcio pudesse dizer
algo, Draco disse “Protego” e o feitiço-escudo ficou entre o pai dele e sua
família.
– Chega, pai! –
disse Draco, taxativo. – Você está na minha casa! Não vai atacar minha esposa
desse jeito!
– Sua casa? –
riu-se Lúcio. – Nossa casa.
– Mas o filho é
meu – gritou Draco. – E ele vai acabar com essa história agora...
– Não! – disse Escórpio.
– Se vocês não aceitam Rosa, eu renego meu sobrenome e meu sangue-puro!
Narcisa e a sra
Greengrass levaram as mãos à boca, horrorizadas.
– Ótimo – disse
Lúcio. – Saia dessa casa agora.
– Não – falou
Astoria, aflita. – Draco, você...
– Se Escórpio está
decidido que arque com as consequências – disse Draco, acenando com a varinha
para desfazer o feitiço de proteção. Astoria olhou-o, incrédula. – Vai. –
Escórpio encaminhou-se para escada, mas o pai estendeu o braço, detendo-o. – Se
renega seu nome não vai levar nada comprado com o dinheiro dos Malfoy.
– Draco – Astoria disse,
num fio de voz. – Mãe, Narcisa... – implorou, mas as mulheres só balançaram a
cabeça.
Escórpio saiu da
sala-de-jantar. Astoria foi atrás dele. Segurou-o pelo braço.
– Eu vou ficar
bem, mãe – disse o garoto, acalmando-a. – Eu preciso fazer isso – ele limpou o
sangue da boca com a manga da camisa.
– Pra onde você
vai, sem dinheiro, sem poder fazer magia...
– Eu me arranjo.
– Eu te amo, filho
– disse Astoria, quando Escórpio abriu a porta.
– Também te amo,
mãe. – Eles abraçaram-se e Escórpio saiu para noite congelada. Astoria caiu ao
chão, chorando. Draco aproximou-se dela e quis levantá-la, mas a mulher
empurrou-o.
– Se acontecer
alguma coisa com meu filho, eu nunca vou te perdoar, Draco Malfoy!
Ela levantou-se e
correu para cozinha. Zig, o elfo doméstico, estava na porta, com uma travessa
de faisão na mão.
– Zig, por favor,
vá atrás do Escórpio – cochicou a patroa. – Você pode aparatar. Leve-o para um
local seguro.
– Sim, senhora –
disse Zig. – Zig faz com o que a senhora manda.
O elfo fez uma
reverência e desapareceu com um craque.
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