Olá, bruxinhos e bruxinhas! Escrevi essa one-shot e decidi compartilhar com vocês. Deixem um comentário para eu saber o que acharam.
A campainha tocou. Hermione
estava na sala, lendo o livro O Segredo do Vale da Lua, pela milésima
vez. A mãe pediu, da cozinha, que ela atendesse. Hermione olhou pela janela,
depois de afastar a cortina. Uma mulher austera, com os cabelos presos em um
coque apertado, estava parada ali. Ela usava um longo vestido escuro e usava
óculos quadrados. Tinha um olhar severo, mas sorriu ao ver Hermione olhando
para ela pelo vidro.
– Mãe – chamou Hermione. – É uma
senhora estranha.
Elisabeth entrou na sala e foi até
a janela. Ela entreabriu-a.
– Sim?
– Bom dia, sra. Granger. Meu nome
é Minerva McGonagall. Gostaria de conversar com a senhora sobre sua filha,
Hermione Granger.
Elisabeth olhou para filha que
não sabia o que dizer. Ela não conhecia aquela senhora.
– Eu sou vice-diretora de um
internato e temos uma vaga para Hermione. Garanto que será de seu interesse.
– Rich – chamou Elisabeth e o
marido desceu as escadas. – Tem uma senhora dizendo ser professora, querendo
falar sobre Hermione.
– Talvez seja a tutora,
respondendo ao nosso anúncio.
Desconfiada, a sra. Granger abriu
a porta. Minerva entrou e foi conduzida à sala. Elas sentaram-se.
– Como sabe nossos nomes?
– Bom, eu não sou de um internato
comum. Eu sou professora e vice-diretora da Escola de Magia e Bruxaria de
Hogwarts.
Os Granger entreolharam-se e riram.
– Desculpa, é alguma pegadinha? –
disse a sra. Granger. – Magia e Bruxaria? Isso não existe. Só nos livros. Ela
indicou o livro que Hermione estava lendo.
– Existe, sra. Granger. Pode ser
assustador, mas... – A profa. Minerva puxou a varinha e fez aparecer sobre a
mesinha uma bandeja com um aparelho de chá e um bolo de frutas.
Hermione soltou um gritinho e
Elisabeth levou as mãos à boca. O sr. Granger arregalou os olhos.
– Eu sou uma bruxa. E Hermione
também é.
Elisabeth baixou as mãos. – Não
chame minha filha...
– Não, sra Granger, não é algo
ruim. Vou explicar. Há séculos, quando os trouxas, que são pessoas comuns, sem
magia, começaram a perseguir as bruxas e bruxos, foi instituído o Estatuto do
Sigilo. Todos nós deveríamos viver em segredo e esconder nossos poderes. Minha
mãe era bruxa e meu pai era trouxa. Ele só soube quando eu recebi minha carta
para Hogwarts.
McGonagall deu um tempo para a
família absorver a informação. Hermione parecia pendurada em cada palavra.
– Hogwarts, como já disse, é uma
escola. Onde nós educamos jovens bruxos, a partir dos onze anos. São sete anos
nos quais os alunos aprendem a controlar sua magia e usá-la de maneira
adequada.
A sra. Granger encarou os olhos
da mulher. Ela parecia uma mulher séria, que não era dada a brincadeiras.
– O que a senhora ensina? –
perguntou Hermione, curiosa.
– Transfiguração. – Minerva
apontou a varinha para uma das xícaras, que se tornou um porquinho da índia.
Hermione pegou-o, impressionada. A professora tornou a transformá-lo em xícara
e a menina devolveu-a à bandeja, de boca aberta.
– Bom, aqui está sua carta. – McGonagall
entregou a Hermione um envelope amarelado. Ela pegou-a e olhou o lacre com um H
rodeado por quatro animais: um leão, um texugo, uma águia e uma cobra. Ela
virou o verso:
Srta.
Hermione Granger
8 Heathgate,
Hampstead Garden
Suburb
Londres
Ela abriu, curiosa. O envelope se
desdobrou.
Prezada
Srta Granger
Temos
o prazer de informar que V. Sa. tem uma vaga na Escola de Magia e Bruxaria de
Hogwarts.
Em
anexo, está a lista de materiais dos livros e equipamentos necessários.
O
ano letivo começa em 1° de Setembro.
Aguardamos sua confirmação até 31 de Julho, no mais tardar.
Atenciosamente....
Os pais tinham se curvado para
ler a carta junto com a filha.
– Então, existem bruxos e bruxas?
Tipo Merlin? – o sr. Granger estava incrédulo.
– Sim. Merlin estudou em Hogwarts
há séculos.
– Mas é só uma lenda.
– Talvez para os trouxas – disse
a senhora.
– Aquelas loucuras da sua mãe –
disse Richard para Elisabeth. – Ela fala que bruxas e fadas existem. E chamava
Hermione de bruxinha.
– As maluquices de mamãe não
podem ser levadas a sério – disse a mulher.
– Hermione nunca fez algo
diferente, fora de explicação?
A família se entreolhou. Hermione
tinha feito as garotas da escola voarem longe, sem nem tocar nelas. Ela
conseguiu salvar o gato da vizinha sem saber como conseguiu subir na árvore e
descer com o bichano. Ela flutuou na cama, certa noite, enquanto dormia,
assustando sua mãe.
– Na nossa escola, as crianças
são inscritas automaticamente ao primeiro sinal de magia. Alguns, são mais cedo,
outros, mais tarde.
– Mas...
A sra. Granger olhou para filha,
preocupada. A menina sorriu. – Eu posso ir?
Ela olhou para o pai.
– Como você completou 11 anos
agora, só poderá embarcar no próximo ano – explicou a profa. McGonagall.
– Podemos responder depois? –
perguntou a sra. Granger.
– Podemos lhe enviar uma coruja.
Ou podem enviar uma carta normal com o nome de Hogwarts que temos pessoal nosso
nos correios.
– Por favor, pai – pediu
Hermione. – Eu quero ir. Talvez lá seja o meu lugar. Onde não serei a estranha.
Elisabeth e Richard
entreolharam-se.
– Como se compra o material? –
perguntou Hermione a Minerva.
– Em Londres, tem um pequeno bar
chamado O Caldeirão Furado. No fundo, tem a entrada para o Beco Diagonal. Lá,
poderá comprar todo seu material.
– E terei uma varinha como a da
senhora? – ela parecia encantada.
– Sim. Na loja do Olivaras, poderá comprar a sua.
– E dinheiro? – perguntou o sr.
Granger. – Aceitam nosso dinheiro?
– Temos o banco Gringotes,
gerenciado por duendes.
O queixo dele caiu.
– Duendes? – sussurou Hermione.
– Sim. Lá, poderão trocar libras
pelo nosso dinheiro. Galeões, nuques e sicles. – Minerva puxou um pergaminho de
dentro do vestido, tocou com a varinha e todas as instruções apareceram ali.
Ela passou a Hermione, que começou a ler, com avidez. A sra. Granger leu junto
com ela.
– E, bom, é seguro? – perguntou
Richard. – É seguro enviar nossa Mione pra esse lugar?
– Não tem lugar mais seguro no
mundo, sr. Granger – garantiu a professora.
– Podemos ir até essa escola?
– Bom, trouxas não podem sequer
ver Hogwarts. Está protegida por vários tipos de magia. É um castelo, no norte
do país. Foi construído há mil anos por nossos fundadores.
– Isso é tudo muito louco – disse
o sr. Granger, levantando-se. Ele passou a mão pelos cabelos. – O que vc acha,
Lisa?
A mulher olhou para ele. E depois
para Hermione.
– Me deixem ir, por favor – pediu
ela. – Prometo que vou me comportar e estudar direito.
– Não é essa a questão, querida.
– E se não der certo, eu posso
voltar, não é, professora? – ela virou-se pra Minerva.
– Sim. Claro. E todos os alunos
podem voltar para casa no Natal e na Páscoa.
– Tudo bem – disse a mãe.
Hermione levantou-se, animada.
– Obrigada, mãe – ela abraçou-a. –
Pai?
O sr. Granger concordou. Ela
abraçou-o também.
– Têm alguma dúvida?
Os três olharam para ela. Tinham
milhares de perguntas. Ela meio que sorriu.
– Qualquer coisa, podem me escrever
pelo correio trouxa mesmo. Sigam as instruções. Pode ser que não consigam ver
logo o Caldeirão Furado, mas Hermione conseguirá. Realmente, preciso ir. Ah, e
não podem contar a ninguém mais sobre a magia da Srta. Granger. Inclusive seus
avós. Não é permito pelo Estatuto do Sigilo.
– Meus pais mandariam nos
internar – disse o sr. Granger.
– Como posso ser bruxa se meus
pais são trouxas? – perguntou a menina, quando Minerva se levantou.
– Acontece. Algum antepassado seu
foi bruxo ou bruxa. Assim como pais bruxos podem ter filhos sem poderes, são os
abortos. Mas acontece mais raramente que os nascidos-trouxa, como você.
Hermione pareceu extasiada. Era um assunto muito interessante.
Minerva se despediu dos Granger e se encaminhou
para porta. A sra. Granger abriu a porta para ela, que saiu. Hermione correu
para janela, mas a mulher já tinha desaparecido.
Ahh relembrei meus tempos de devoradora dos livros da série!! Li duas vezes porque na primeira fui muito rápida!! Amei o conto, muito legal parabéns
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