Rosa e Escórpio Entre a serpente e a espada
Parte XVII
A profa.
Minerva levou Escórpio de Rosa até o lugar onde ficava a gárgula, guardiã da
entrada para a sala da diretoria.
– Sabedoria –
disse ela e a gárgula saltou para o lado, revelando a escada. Os três subiram
no primeiro degrau e a escada começou a girar e subir em espiral até a porta
com a maçaneta de latão.
A diretora
deixou-os passar e mandou que sentassem. Ela sentou-se de frente para os dois e
ficou em silêncio.
– Então, estou
esperando – disse, por fim. – Devem ter um ótimo motivo para estarem duelamdo
no meio do corredor.
– Eu ataquei a
Weasley, diretora – falou Escórpio e Rosa olhou para ele. – Ela só se defendeu.
– Não foi o
que pareceu. – A diretora curvou-se para frente. – Parece que vocês têm um
sério problema e não conseguem resolver sem se atacarem. Só não esqueçam que
vocês são bruxos e não trasgos segurando uma varinha! Muito me surpreende,
srta. Weasley, a mais inteligente da turma e não consegue se controlar.
– A culpa é do
idiota do Malfoy. Ele fica me perseguindo! Já disse a ele que não quero falar com
ele. – Rosa encarou Escórpio e não conseguiu refrear as palavras. – Porque eu
não suporto covardes, mentirosos e duas-caras.
– Você se acha
ótima, né? Superior porque seus pais são "politicamente corretos" e
porque eles apoiariam você em qualquer decisão – disse Escórpio, encarando-a. –
Você não sabe o que é ficar dividido entre sua família e a garota que você ama!
Porque qualquer escolha vai resultar em alguém que se ama sair machucado.
Escórpio
sentou-se ereto, segurando os braços da cadeira e olhou para o chão. Rosa não
respondeu – ficou olhando para o garoto e depois se concentrou em uma estante
do outro lado da sala.
– Rosa weasley
e Escórpio Malfoy – disse alguém e os dois viraram-se abruptamente. A voz veio
do retrato de um bruxo de olhos azuis e óculos de meia-lua. Ele olhava para os
dois por cima dos dedos cruzados. – Interessante. Causando muitos problemas,
Minerva?
– É, um pouco,
Alvo – respondeu a diretora.
– Talvez o que
precisem é de um momento juntos para pensar.
– É o que eu
estava pensando – disse Minerva. – Muito bem, sr. Malfoy e srta Weasley. Vocês
vão escrever cinquenta centímetros sobre as consequências da busca dos bruxos
pela pureza de sangue. Juntos.
– Quê? – disse
Rosa.
– Isso mesmo,
srta. Weasley. Vão trabalhar juntos e me entregar um só pergaminho. E o que eu
disse da última vez que peguei os dois brigando, eu vou manter. A partir desse
momento suas funções de monitores estão suspensas até depois das férias de
Natal.
– Não, professora,
por favor – pediu Rosa, desesperada. – Minha mãe vai ficar decepcionada.
– Bom, srta.
Weasley, não estou sendo arbitrária, não é? Isso é consequência do seu mau
comportamento.
– Meu pai vai
me matar – murmurou Escórpio.
– Está
suspenso das funções de capitão do time da Sonserina também, sr Malfoy – disse
Minerva, olhando para ele. – Vou falar com a profa. Greengrass para passar a
liderança a outro. Aliás é bom sua tia
saber disso, não é?
Escórpio ficou
vermelho.
– Por favor,
diretora, a senhora não vai informar meus pais, né? – perguntou Rosa.
– É claro que
sim – disse a diretora.
Rosa ficou
pálida. Sua mãe ia ficar desapontada e decepcionada.
– Usem todo
seu tempo para trabalhar na redação. Podem ir.
Escórpio
levantou-se, mas Rosa ficou pregada na cadeira, sentindo seu corpo insensível.
Aquilo não poderia estar acontecendo.
– Ajude a
srta. Weasley, sr Malfoy – falou a diretora.
Escórpio pegou
a mão de Rosa e passou o braço pela cintura dela, fazendo-a levantar-se.
– Escórpio –
disse Alvo Dumbledore do quadro. – A vida é feita de escolhas. Nós só
amadurecemos quando entendemos que não se pode ficar em cima do muro. E a
coragem vem quando decidimos enfrentar as consequências das nossas escolhas,
sejam quais forem.
O garoto olhou
para o retrato por um tempo, ainda segurando a mão de Rosa. Fez um breve aceno
com a cabeça para o quadro e saiu do escritório.
– Rô, você tá
bem? – perguntou Escórpio, quando já estavam embaixo, na frente da gárgula.
– Eu perdi meu
distintivo de monitora – disse ela, parecendo não ter ouvido Escórpio.
– Você não
perdeu; só foi suspensa.
– Isso é uma
vergonha – Rosa encostou-se na parede e depois sentou-se, no chão, abraçando as
pernas.
– Rô – disse
Escórpio, ajoelhando-se na frente dela e segurou seus ombros. – Calma. Tenho
certeza que sua mãe não vai brigar com você.
– Mas ela vai
ficar desapontada. Ela nunca teve uma reclamação enquanto esteve aqui – Rosa
parecia prestes a desmaiar.
– Agora para –
disse Escórpio, com veemência. – Você é a melhor aluna da turma. E sua mãe não
deve ser perfeita. Ninguém é. Vem. – Ele ajudou Rosa a levantar. – Quer ir à
enfermaria? Você ‘tá pálida.
– Não... eu...
– É hora do
almoço – disse Escórpio, consultando o relógio. – Levo você para o Salão
Principal.
– Não tô com
fome – disse Rosa, baixinho. Ela estava chorando.
Por impulso,
Escórpio abraçou-a e ele ficou feliz quando Rosa devolveu o abraço.
– Desculpa –
disse ele. – É tudo culpa minha. – Ele acariciou os cabelos de Rosa.
– Não – disse
ela. – Eu não percebi que era tão difícil pra você. Eu sou muito egoísta.
– Não acho
você egoísta. Você só queria passar sua coragem pra mim.
Rosa olhou
para Escórpio, os dois ainda abraçados. Ele sustentou o olhar.
– Acho que
nunca vamos ficar juntos, né? – perguntou ela.
– Eu nunca vou
perder a esperança – respondeu Escórpio.
– Rosa –
chamou Tiago ao entrar no corredor. A garota e Escórpio afastaram-se. – Tava te
procurando.
– Ahn, já
voltou todo mundo?
– Decidimos
voltar porque a Lily tava tossindo muito. Tá muito vento. – Tiago olhava de
Rosa para Escórpio. – O que tava fazendo aqui com ele? – perguntou à garota.
– Não é da sua
conta – respondeu Escórpio, ríspido.
– Baixa a
bola, Malfoy – disse Tiago, enfrentando-o. – Rosa é minha prima e quero o bem
dela. O que acontece com ela é da minha conta. E caso não percebeu, toda vez que
se aproxima, ela fica mal. Você
não faz bem a ela.
Os dois
encararam-se, segurando as varinhas nos bolsos.
– A gente
marca pra fazer o texto, Rô – disse Escórpio e saiu.
– Que texto? –
perguntou Tiago
– Castigo da
diretora – disse Rosa, começando andar. Tiago seguiu-a.
– Castigo? Que
aconteceu?
Rosa contou
que a diretora pegara ela e Escórpio brigando no corredor e passara um trabalho
para os dois, enquanto iam para o Salão Principal.
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